A tragédia nas cidades do Estado do Rio de Janeiro, revelou um problema crônico na questão das construções de moradias de baixo custo para moradores de baixa renda. Atualmente, as empresas imobiliárias só se interessam em construir casas para a classe média e alta. Não se tem uma política, a não ser a questão de financiamentos, para abrigar as populações mais carentes, que garantam uma moradia digna aos segmentos mais necessitados da população.
A saída para essas populações é se alojarem em locais de riscos, pois os melhores terrenos estão não mão de atravessadores e da especulação imobiliária.
Nas cidades, não são reservadas áreas para a habitação popular, que tem que pagar aluguel ou se sujeitar a morar em locais perigosos.
A obrigatoriedade do Plano Diretor destinar terrenos para os setores mais carentes da população não existe, os terrenos destinados a este público são os que ninguém quer, geralmente os mais distantes dos centros urbanos das cidades, onde o transporte e os serviços públicos são poucos efetivos.
Somente após de instaladas as moradias em locais de riscos é que o poder público toma iniciativas para o controle, quando já estão todos instalados, ou quando acontece tragédias como a ocorrida no Estado do Rio de Janeiro.
Recentemente, foi noticiado que o Censo 2010 revelou a existência de 6,07 milhões de domicílios vagos no país, que dariam para superar o déficit habitacional no Brasil, atualmente, de 5,08 milhões.
Esses números revelam o resultado dessa política habitacional que privilegia as classes mais abastadas da população, e deixam à mercê da sorte a população mais carente.
Assim, enquanto não houver uma determinação dos governos em destinar áreas a essa população que necessita de mais amparo dos poderes públicos, muitos ainda vão perecer, pela omissão e irresponsabilidade de governantes que cada vez mais tratam a questão habitacional como um fator de enriquecimento para poucos.
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